quarta-feira, 16 de maio de 2018

Analisador Maroto - Grupo D

Bem amigos da Rede Globo, voltamos em definitivo para mais uma rodada de análises de nossa iminente e gloriosa Copa do Mundo 2018. A menos de um mês do início do torneio, as convocações dos selecionados nacionais começam a sair a torto e a direito, levando você a refletir sobre qual daquelas figurinhas difíceis de conseguir do álbum da Copa foi a mais inútil. Mas enquanto você lamenta pelos seis estádios que trocou naquele Daniel Alves, o Bolão Maroto está aqui para ajudá-lo em seus outros compromissos copeiros.

E aparentemente figurinha repetida completa sim álbum para a dona FIFA, porque segundo seu cruzamento "aleatório" de 32 times, teremos nessa ano não pela primeira vez...

Nem pela segunda...

Ou pela terceira...

Sequer pela quarta...

Mas pela QUINTA FUCKIN` VEZ o famoso e tarimbado duelo em Copas do Mundo entre as corajosas Águias Africanas e os sendentos Albicelestes, marcado nessa Rússia 2018 para o repetitivo.... 

Grupo D

Argentina e Nigéria - Hoje, logo após o Video Show

Mais frequente que Lagoa Azul na Sessão da Tarde, Argentina x Nigéria chega para provar que alguns costumes de Copa do Mundo não podem ficar de fora do seu dia a dia: a molecada pintando o meio-fio da sua rua com tinta creme xexela; aquela cervejinha gelada no dia do jogo do Brasil; você perdendo as apostas do Bolão em todo jogo da Costa Rica; e os sul-americanos faturando três pontos suados em cima dos africanos. 

Afora esses pontinhos já entregues pro seu Bolão, o Grupo D ainda conta com a presença de dois selecionados europeus que não são conhecidos por sua intimidade com a bola. Alias, sejamos bem francos, são conhecidos por muita pouca coisa mundo afora. Então sem mais delongas, sigamos juntos nesse artigo para termos uma análise aprofundada de nossos novos postulantes ao título.

Ou no mínimo para lermos alguns estereótipos bem rasos sobre eles.

República Argentina

Imagine você um povo com mesma paixão que o Brasil pelo futebol. Um povo com a mesma garra do Brasil. Com a mesma esperança. Com a mesma fé. Com os mesmos sonhos. Agora tire desse povo os títulos de campeão e você terá uma representação fiel de nossos vizinhos. O cidadão argentino que nunca viu seu país ganhar algo no futebol profissional já completou o ensino fundamental, o médio, a faculdade e atualmente faz pós graduação de alguma espécie. Essa triste sina de sempre morrer na praia, no entanto, jamais impediu a Argentina de olhar imodesta para o próximo torneio e pensar consigo mesma: "Agora vai!" 

Os argentinos se erguem orgulhosos a cada nova competição

Um grande consolo para nossos irmãos do sul está no chaveamento do torneio de 2018. Talvez tão frequente quanto suas vitórias contra a Nigéria numa Copa seja o fato dela ser chutada pra fora da competição pela Alemanha (videm, por obséquio, a derrota por 0 a 1 na final de 1990, o fracasso nos pênaltis de 2006, a sacolada de 0 a 4 em 2010, e o fiasco de um novo 0 a 1 na final de 2014). Todavia, o cruzamento dos times nesse ano impede os dois de se encontrarem antes da uma hipotética Semi-Final, o que garantiria aos argentinos no mínimo o quarto lugar em 2018.

Lionel Messi e as esperanças da Argentina nesse ano

Mas nem o mais fanático argentino apostaria suas fichas no atual selecionado nacional, sendo o fato mais triste de todos o dessa ser a última Copa de Messi. Com uma classificação sofrida nas últimas eliminatórias, uma confederação nacional em frangalhos, uma rotatividade de técnicos risível e uma preparação de amistosos que parece coisa de pegadinha (0 a 6 para a Espanha?! Quem diabos perde um jogo por seis gols de diferença hoje em dia...?), o crepúsculo do futebol para um dos maiores craques que a Argentina já produziu promete ser sombrio e desolador. 

República da Islândia

E falando em sombria e desoladora... Nos idos de 2017, especialistas da bola de todo o planeta entraram em choque ao verem a lista de classificados da Europa para o torneio da Rússia. Juntamente com eles, o restante do mundo descobriu naquele dia algumas surpreendentes verdades sobre a longínqua Islândia.
  • Que a tecnologia da bola de fato chegou até eles;
  • Que eles tem dentro de sua população vinte e três pessoas para compor um time de futebol;
  • Que eles jogam as eliminatória pela Europa e não pela confederação do Ártico;
  • Que eles praticam o futebol em gramados vivos, e não em grandes ringues de patinação

Equipe da Islândia se aquecendo para a partida

Nativos de uma região que mais parece um mundo de Super Mario, os islandeses lutaram com garra e dedicação para garantirem sua estreia no cenário mundial nesse ano. Surpreenderam durante as eliminatórias, aliás, por deixarem para trás em seu grupo equipes mais experientes como Croácia, Ucrânia, Turquia e Finlândia. Suas armas secretas foram os jogos na capital Reykjavik, onde nenhum adversário conseguiu roubar-lhe sequer um pontinho (prova cabal de que nem os finlandeses conseguem jogar naquele fim de mundo sem medo de perder um dedo para a gangrena).

  Integrante da delegação islandesa, esperando o telefone vagar

Com a simpatia da qual goza todos os novatos em uma Copa do Mundo, a Islândia viaja para a Rússia com sua equipe (aproximadamente 1/5 da população total) buscando principalmente deixar uma marca duradora no futebol. No entanto, o fato de que nenhum de seus três jogos iniciais estarem marcados para a Sibéria pode ser o elemento crucial a impedir que os fascinantes islandeses façam a diferença no torneio desse ano.

República da Croácia

Os croatas são notoriamente conhecidos, entre os povos oriundos da antiga Iugoslávia, como aquele com mais intimidade com a bola. Infelizmente para eles, o último grande feito da Iugoslávia no futebol foi desmanchado por um drible do Garrincha, então isso não representa muita coisa na atualidade. Marcando presença em torneios internacionais desde 1998, mesmo o mais desatento espectador deve se recordar de suas participações na Copa do Mundo sempre que eles aparecem em campo vestindo aquela toalha de piquenique engraçadinha.


Croácia em campo

Os croatas ainda se lembram com carinho de sua heroica estreia nas Copas do Mundo, quando grandes e surpreendentes vitórias contra as famosas Alemanha e Holanda garantiram-lhe o honroso terceiro lugar em 1998. Nos vinte anos seguintes, no entanto, eles vem colecionando uma série de eliminações ainda na fase de grupos, incluindo duas delas para o Brasil. Com (muita) paciência, o povo croata espera o renascer de uma geração de ouro capaz de fazer frente às grandes potências a sua volta.

Torcida croata em um típico jogo de Copa do Mundo

Infelizmente para os balcânicos, o prognóstico para sua participação nesse ano não é dos melhores. Após serem enxotados pela Islândia durante as eliminatórias, os croatas quase perderam o lugar na repescagem para Ucrânia. Após uma recuperação relâmpago e a conquista da vaga em cima dos gregos, os europeus correm para recompor seu time e superar a demissão de seu técnico, de forma a chegarem na Rússia com chances de finalmente voltar a ver uma Oitavas-de-Final.

República Federal da Nigéria

Provavelmente o melhor, o mais aplicado e o mais consistente da África, o selecionado nigeriano é uma super potência dentro de seu continente, costumando dar trabalho para seus adversários mesmo em escala global. Presente em seis das últimas sete Copas do Mundo (perdendo somente o torneio na Alemanha), as Super Águias são uma constante ameaça para seus colegas de grupo por frequentemente ameaçarem uma das vagas nas Oitavas-de-Final e chegarem com força na disputa pelos pontos.

As águias estão chegando!

A Nigéria também foi a seleção a mais ser testada nos últimos quatro anos, precisando deixar para trás durante as eliminatórias times de tradição como Camarões, Argélia e Zâmbia para garantir sua passagem para a Rússia. Nem o sorteio que a colocou junto com os argentinos (e que enseja uma derrota automática na fase de grupos) tira o ânimo dos africanos para fazer um bom torneio em 2018.

Os nigerianos são conhecidos por seus muitos talentos

E como acontece com todo bom time africano, a participação da Nigéria é assolada por desavenças e interferências do governo. Uma das mais recentes e infames resultou na suspensão de participação dos nigerianos em torneios internacionais, primeiro pelo próprio presidente da Nigéria (irritado com o desempenho do time) e na sequência pela FIFA (irritada com o presidente da Nigéria). Eventualmente as partes se acertaram e os africanos voltaram a poder jogar a bola que sabem. Torçamos para que ninguém mais dê um piti por aquelas bandas nesse ano.

E assim encerramos a análise de mais um grupo da Copa do Mundo 2018, faltando apenas um mês para o início da competição. Na segunda metade da turnê de seu Analisador Maroto, começaremos os trabalhos com aquele momento pelo o qual você tanto esperava: um mundo de piadas sobre 7 a 1! No final de semana, a análise fresquinha do mais que esperado...

Grupo E - Brasil, Suíça, Costa Rica e Sérvia

vulgo

Neymar vai finalmente estar em campo durante uma eliminação do time dele?

Globo e você, tudo a ver.

sábado, 12 de maio de 2018

Analisador Maroto - Grupo C

Bonjour! Good Morning! ¡Buenos dias! Godmorgen! Seu apanhado de informações mundialistas favorito entra na segunda semana de análises com uma séria preocupação em mente: até o presente momento nos limitamos a falar sobre uma série de grupos desajustados, desequilibrados ou simplesmente lastimosos. Até então o cenário do bolão era propício para desconcertantes goleadas e monótonos zero a zeros. Hoje, no entanto, o jogo virou.

Com o pior integrante atualmente na 40ª colocação do ranking da FIFA, o fato é que dessa vez precisaremos olhar além da ridicularia para fazer as previsões certeiras e campeãs do estranhamente equilibrado...

Grupo C

"Ninguém excessivamente patético... Quem é que leva o grupo agora?"

Quatro integrantes com alguma experiência no mundo da bola e nenhum deles notoriamente perna de pau fazem dessa uma das chaves de mais difícil prognóstico dentro do Bolão Maroto 2018. E como Loki a estudar as fraquezas psicológicas de seus adversários, ensinaremos a você como enxergar através das defesas dessas seleções e marcar aqueles pontinhos que fazem a diferença na reta final.

República Francesa

Cabeça de chave do Grupo C e dentre as quatro a seleção de maior renome, a França passou as últimas duas décadas do mundo da bola em modo gangorra, alternando suas participações internacionais entre campanhas campeãs e eliminações ainda na primeira fase. De um título em casa, passando por um 28º no Japão e Coreia, um vice-campeonato na Alemanha, um 29º na Africa do Sul e chegando a um 7º no Brasil, a lógica diz que os Bleus partem para outra vexatória eliminação na fase de grupos em 2018.

Parisiense rememorando os tempos em que tinha Zidane no time

O fato é que os franceses possuem um tremendo potencial para grandes campanhas, mas se ressentem da falta de um maestro para dar vazão a suas capacidades latentes. A inconsistência gaulesa se traduziu ainda nas eliminatórias da Copa 2018 em uma inesperada derrota para a Suécia e um empate em casa para Luxemburgo (?!), provando os enormes riscos que alguém corre ao apostar na França a longo prazo.

Os franceses ainda tentam entender a escalação desse ano

Embora conte com grandes jogadores entre seus nacionais, o técnico Deschamps insiste em ignorar o meia ofensivo madrileno Karim Benzema na construção de seu ataque, opção essa que nem os franceses entendem. Mas ao contarem com uma zaga solida na forma de Varane e Umtiti e se possuirem muita MUITA sorte mesmo, os esperançosos gálicos poderão almejar um novo vôo vitorioso em céus europeus. Aliás, se evitarem rodar de novo nos três primeiros jogos, já estarão num lucro tremendo.

Comunidade da Austrália

Na teoria o time mais fraco do Grupo C, a Austrália passou a marcar presença constante em Copas do Mundo depois de trocar a Oceania pela Ásia e parar de ter que disputar uma vaga na repescagem com os sul-americanos (invariavelmente com os uruguaios). E mesmo sem a experiência necessária para grandes campanhas individuais, os australianos tem o histórico de dificultar muito a vida dos classificados dos grupos nos torneios em que participa, embora não vá muito além disso.

Não, amiguinho. Você não é o favorito pra ganhar o Bolão

Eliminando a muito menos perigosa Honduras na repescagem para garantir sua vaguinha, os Socceroos asseguraram sua quarta participação seguida na competição internacional. Contudo, a falta de compatriotas experientes para compor a seleção joga todo o peso do time nos ombros do semi-aposentado Tim Cahill, prova viva de que se isso é o melhor que a Australia tem pra mostrar, eles ainda tem muito o que melhorar.

  Maior contribuição australiana no cenário internacional

Ainda assim, os australianos são notórios por serem muito esforçados e venderem caro suas derrotas. Então seja por possuirem uma equipe queluta para ser mais coesa e coletiva do que é atualmente, ou seja pelas deliciosas Bloomin Onions® com um chopp gelado que harmonizam perfeitamente com qualquer partida de futebol, é certo que a Australia vai deixar sua Copa do Mundo muito mais divertida e agradável.

República do Peru

Os peruanos não participam de uma Copa do Mundo desde a época em que Socrates tabelava com Falcão, devido muito possivelmente à ferrenha competição pelas vagas das eliminatórias na América do Sul. Ao finalmente voltar ao cenário internacional depois de 36 anos de ausência, nossos vizinhos do Pacífico tiveram que encarar a decepção de se virem dento de um grupo com IDH muitas vezes melhor que os seus.

"Pera, sô o único subdesenvolvido do grupo? Numépusivel..."

Mas como o Brasil não cansa de provar ano após ano, não é nem a riqueza, nem a alfabetização, nem a educação, nem a expectativa de vida, nem as taxas de natalidade, nem a geral boa qualidade de vida os fatores determinantes para uma boa campanha na Copa do Mundo. E ao sobreviver a confrontos com os sempre perigosos Brasil, Argentina, Uruguai e Colombia, os heróicos incas se provaram credenciados para bater de frente com qualquer time da competição em 2018.  

Peru em ação, intimidando os adversários

E mais importante do que qualquer outra coisa nesse artigo, o Bolão Maroto gostaria de destacar a maturidade de sua própria equipe após escrever um verbete inteiro sobre os sul-americanos sem se deixar seduzir pelos inúmeras oportunidades de incontáveis trocadilhos fálicos que o nome enseja. Deu preferência em ressaltar a alegria desse povo humilde e simplório, mas apaixonado por futebol, que vê seus heróis no maior palco do esporte depois de oito Copas fora. Foi sofrido e suado, mas o Peru finalmente entrou.

Droga! Quase.


Reino da Dinamarca

Ao contrária de seu colega de grupo Peru, a aristocrática Dinamarca detém um portentoso IDH de 0.925, provando-se entre os demais competidores como um país de estruturas mais preparadas, natureza mais rica, céus mais limpos, povo mais sabido, comida mais farta e pum mais cheiroso. Os nobre dinamarqueses tem como maior maleza em sua resplandecente vida a existencia de algo de podre durante uma encenação de Hamlet. Perfeitos. Lindos. Absolutos. E se lembrarem disso, até batem uma bolinha nas horas vagas.

A loira, alta e forte torcida dinamarquesa tentando lembrar dos craques de seu esquadrão

Ao terem coisas muito melhores para fazer do que ficar 90 minutos correndo atrás de uma bola, os principais convocados dinarmaques atuam em times médios da Europa, não exigindo assim sua dedicação integral a um esporte tão rústico. Ainda assim, os nórdicos acumularam muitas vitórias e poucos empates durante as eliminatórias para 2018, perdendo somente para Montenegro, que pelo menos era tão rica quanto eles. Após uma última vitória contra a xexelenta Irlanda, a Dinamarca está pronta para brilhar na Russia uma vez mais. 

A familia real também está animadíssima para comparecer ao mundial

Conhecida como a Dinamáquina nos anos 80, os europeus do norte ficaram famosos por massacrar seus colegas de grupo, incluindo uma acachapante goleada de 6 a 1 contra o Uruguai, antes de perderem o interesse no torneio e se deixarem golear por 1 a 5 pela Espanha na rodada seguinte. Desde então, sempre que se lembra de participar das Copas, a Dinamarca vem alternando eliminações nas Oitavas e nas Quartas-de-Final, prospecto mais que favorável para sua participação no torneio da Rússia.

E assim encerramos mais uma rodada de análises nessa reta final rumo à estreia em Moscou. Na sequência, você terá em mãos todos os segredos dos adversários do Grupo C nas Oitavas-de-Final: os postulantes ao título de melhor do mundo do...

Grupo D - Argentina, Islândia, Croácia e Nigéria

vulgo

Argentina e Nigéria? No mesmo grupo?! DE NOVO?!

Sexta-feira, no Globo Repórter.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Analisador Maroto - Grupo B

Após a detalhada e não-exaustiva pesquisa do grupo anterior, o Analisador Maroto tem a satisfação de finalmente poder falar sobre futebol de verdade já em sua segunda edição. E considerando o cruzamento obrigatório com seus vizinhos da primeira chave, hoje trataremos do grupo cujo melhores colocados garantem passagem direita para as Quartas-de-Final do torneio. 

É a história se repetindo mais uma vez. De Tordesilhas a Moscou, uma rivalidade secular entre os antigos donos do mundo está prestes a ser revivida no mortal...


Grupo B

Quem fica em primeiro no grupo B?

Quis o destino que Portugal e Espanha se encontrassem diretamente na fase de grupos, já em seus jogos iniciais. Conhecida como a "Brasil x Argentina" das Europas, a rivalidade entre os dois vizinhos se estende desde os idos da Idade Média até os contantes pitis de Cristiano Ronaldo no Real Madrid.

No entanto, "Melhor do Mundo" é posto para uma única seleção. Em tão acirrada competição, qual dos titãs ibéricos irá sobrepujar seu oponente para alcançar o céu de glórias do vitorioso? Essa pergunta só a arrebatadora estréia responderá!

Ah, também temos Marrocos e Irã. Quase me esqueci deles...


República Portuguesa

Desde os tempos imemoriais do futebol, Portugal exibe o notório costume de trazer para as competições que disputa belos selecionados de um só jogador. De Eusébio da Silva, passando por Luís Figo até chegar em Cristiano Ronaldo, nossos irmãos portugueses fizeram seu nome com grandes e solitários craques arrastando o resto do time tabela acima contra sua vontade.

Um típico dia na vida de Cristiano Ronaldo

Na falta de um bom elenco de apoio para acompanhar suas estrelas, os portugueses tiveram seu desenvolvimento futebolístico retardado com relação aos brasileiros. Prova maior disso foi o atraso de cinquenta e quatro anos na conquista de um Maracanazzo para chamar de seu (uma gloriosa derrota em casa na final da Euro Copa 2004 contra a Grécia). No entanto, a aquisição de uma taça de verdade doze anos depois reacendeu as esperanças do povo português de ver Cristiano Ronaldo finalmente conquistar algo em campo com a camisa lusa.

Portugal e a perspectiva de enfrentar a Espanha novamente

Infelizmente, o tempo corre contra os portugueses. Com múltiplas eliminações na conta de sua rival Espanha e tendo como maior craque um jogador que disputa sua quarta Copa do Mundo, nossos patrícios precisarão se desdobrar para dar um último alento ao capitão da equipe em seu derradeiro torneio.


Reino da Espanha

Sede do maior campeonato nacional no planeta, a Espanha teve por muito tempo dificuldades em traduzir isso para seleções vencedoras. Anteriormente ocupando a posição da atual Bélgica, os espanhóis foram conhecidos por passar inúmeras Copas do Mundo trazendo diferentes gerações de ouro e nunca ultrapassando as Quartas-de-Final. Somente em 2010 na África do Sul os heroicos hispânicos conseguiram cravar seu nome na história como campeões mundiais, prometendo proteger com honra esse legado nas copas vindouras.

Melhores momentos da Espanha em 2014

Bom, o resto é história. Após ser eliminada no segundo jogo da primeira fase em 2014 (deixando escaldado todo bom jogador de bolão que se preze), a seleção espanhola passou os anos seguintes tentando encontrar o rumo de casa. Não obstante uma classificação tranquila nas eliminatórias europeias, a Espanha chega em 2018 ainda incapaz de passar a confiança que esbanjava outrora.

 Técnico espanhol ajustando sua estratégia

Uma nova e desconcertante desclassificação na Euro Copa 2016 para a Itália (que sequer conseguiu se classificar para o mundial desse ano) obrigou os hispânicos a trocarem de técnico depois de oito anos de trabalho contínuo na mesma base. São muitos os desafios a serem superados para desbelgatizar a próxima participação espanhola na Copa 2018 e torna-la uma verdadeira candidata ao título.


Reino de Marrocos

Eis que alcançamos o ponto do artigo onde paramos de falar de futebol. Segundo a imprensa local, a equipe do Marrocos aparece para a contenda russa nesse ano com a melhor geração de jogadores da história. Infelizmente para os marroquinos, a história é a de Marrocos. Os africanos do norte tem como maior destaque no cenário mundial sua famosa participação no palíndromo "Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos".

O ônibus da delegação de Marrocos. Socorram-me

Os marroquinos alcançaram sua vaga em 2018 derrubando os esquadrões de Mali, Gabão e Guiné Equatorial, antes do duelo final com a famigerada Costa do Marfim. Sem tomar um gol sequer durante toda a campanha, Marrocos ora para que esse bom costume se estenda para os jogos contra Portugal e Espanha. O senso de ridículo da realidade, no entanto, joga contra essa hipótese.

Realeza marroquina e seu contato com a torcida

Desesperançoso com uma campanha melhor de seu país no mundial, o príncipe de Marrocos preferiu dedicar seu tempo nos meses de junho e julho para estudar outros palíndromos que não os de seu país. Vossa alteza ressaltou ainda que, além de divertidos, eles ajudam a encher linguiça nos verbetes sobre Marrocos na internet:

  • Anotaram a data da maratona
  • E até o Papa poeta é
  • A dama admirou o rim da amada
  • Aí, Lima falou: “Olá, família”
  • Adias a data da saída
  • A gorda ama a droga
  • A miss é péssima

P.S: A palavra para quem tem medo de palíndromos é "aibofobia". Por sinal, também um palíndromo.


República Islâmica do Irã

Ao lado de Marrocos, a seleção iraniana chegou na Rússia para preencher as duas vagas de turistas do Grupo B na Copa 2018. Após garantirem os melhores lugares do estádio para assistir os craques espanhóis e o Ronaldo, o Irã trabalha com afinco para manter suas tradições em torneios internacionais: perder todos os jogos, levar muitos gols e voltar pra casa mais cedo.

Príncipe do Irã analisando as chances da seleção

Somente uma vez em sua milenar história a vontade férrea dos iranianos fraquejou, cedendo uma vitória por 2 a 1 contra a seleção norte-americana na França em 1998. Os persas até hoje não se recuperaram do choque, perguntando-se sobre o que fazer com os três pontos conquistados. Para seu alívio, no entanto, os Estados Unidos não se classificaram para o torneio de 2018, abrindo assim o caminho para que o Irã possa continuar a escrever sua tradicional história no mundo da bola.

As cartas na manga do ataque iraniano

Mas não será a falta de vitórias que irá tirar o brilho dessa participação asiática na Copa. Os iranianos vem, desde os tempos de Xerxes, estabelecendo novos e engenhosos padrões de ataque contra seus rivais. Se eles chegarão a vazar as defesas de Marrocos, da Esp... de Marrocos, você descobrirá durante os emocionantes confrontos do Grupo B. 

E aqui encerramos a segunda parte do nosso querido Analisador Maroto. Voltaremos neste final de semana com uma equilibrada e simpática chave, contando a você tudo sobre o:


Grupo C - França, Austrália, Peru e Dinamarca

vulgo

Peru no grupo deixa tudo mais engraçado


Nesse mesmo bat-horário, nesse mesmo bat-canal.

sábado, 5 de maio de 2018

Analisador Maroto - Grupo A

Todo bom jogador de bolão sabe que o segredo do sucesso não está nas apostas dos grandes duelos, nos clássicos entre campeões mundiais ou nos embates de ferozes rivais. Não. O jogador de bolão sabe que a dianteira se alcança prevendo o resultado daqueles timezinhos para o qual você não dá nada. Uma Argélia jogando ali. Uma Ucrânia batendo bola aqui. Talvez a pelada em Senegal dê alguma coisa. E todos sabem o lucro que foi apostar direito na Costa Rica em 2014... Portanto, o segredo do sucesso está em prever o que aquela seleção pequena no meio da chave vai fazer com os seus adversários. 

Isso na teoria.

Mas é na Copa do Mundo 2018 que a porca torce o rabo: o que será que acontece quando todos os times da chave são times pequenos?


Grupo A

"Quantos times pequenos...  Quantos times pequenos... Em qual apostar?"

Valendo-se de um sortilégio de difícil explicação, a FIFA misturou as regras de melhor classificação em seu ranking, o fato de que o país-sede encabeça obrigatoriamente o primeiro grupo e um azar dos diabos no sorteio para compor o mais mortal Grupo da Morte já visto na história das copas.

Um grupo onde, descontando Uruguai, suas seleções estão LONGE de figurar entre as 32 melhores seleções da atualidade. Em uma Copa com 32 seleções. 

Um verdadeiro battle royale aguarda estes gladiadores do gramado. Quatro seleções para serem eliminadas ainda na primeira fase. Todas elas com elenco capaz de conquistar em campo tal eliminação. Apenas duas vagas para terceiro e quarto lugar no grupo. Em quais você colocará suas fichas?

Federação da Rússia


Atualmente 66ª colocada no ranking da FIFA, a orgulhosa seleção russa entra forte na disputa para figurar, junto com a África do Sul, no hall da fama dos anfitriões que conseguiram fugir das oitavas de final. E procurando garantir o bom desempenho dos selecionados nacionais, Vladimir Putin se empenhou pessoalmente numa série de atos para pacificar suas relações com o resto do mundo e proporcionar em seu país um clima cortês onde esporte é o único idioma falado.

Vladmir Putin: Presidente russo ou vilão do 007?

Sem contar com as eliminatórias europeias para poder treinar seu time (alias, ainda bem, senão nem classficada estaria), a Rússia colecionou durante as temporadas 2017-2018 uma bela série de derrotas nos amistosos contra Costa do Marfim, Argentina, Brasil e França. Tudo parece se encaminhar para outra tranquila eliminação na fase de grupos, especialidade russa nesse tipo de torneio. 

Atacante da Rússia e sua comissão técnica: esperança de passar vergonha em casa

No entanto, nem tudo é sol sobre o iluminado céu de Moscou. Um estranho e inexplicável empate de 3 a 3 contra a poderosa Espanha ameaça frustrar os planos do torcedor russo, que pode terminar por ver sua seleção sucumbindo a uma terrível classificação para a segunda etapa da Copa do Mundo. Como as futuras gerações russas conseguirão explicar para seus filhos tamanho disparate?

Reino da Arábia Saudita


Primeira seleção com "árabe" no nome do Grupo A, a Arábia Saudita é a detentora do título de pior seleção classificada para a Copa do Mundo 2018, com sua notória 70ª colocação (por pouco tirando essa ilustre distinção da própria Rússia). Ao contrário dos russos, no entanto, a seleção árabe sabe o que é passar da fase de grupos de uma Copa, conseguindo operar tal milagre em 1994 nos Estados Unidos. Quiçá Alláh permita que eles tenham a mesma sorte do outro lado da Guerra Fria.

A sempre atenta torcida árabe, vidrada em cada lance

E dura foi a vida dos árabes para chegar até aqui: a Arábia Saudita se classificou para a Copa do Mundo 2018 sendo a única sobrevivente de um grupo com as potências Timor, Palestina, Emirados Arabes, Malásia e outras que mal viram uma bola na vida. Conseguiu também a façanha de tomar gols do Japão na fase final, se classificando junto com o mesmo pelo lado asiático.

Árabes com medo da próxima lavada que vão tomar

Tomar gols, aliás, é uma das especialidades dessa novata no palco do futebol mundial. Os sauditas tem como atuação mais marcante na memória popular um estrondoso 0 a 8 contra o escrete alemão em Sapporo, figurando assim como uma das únicas duas seleções a sofrer a vergonha de tomar mais de seis gols da Alemanha em um mesmo jogo de Copa do Mundo...

(Suspiro profundo) 

República Árabe do Egito


Os egípcios são os árabes da parte africana da Copa, ocupando o 46ª lugar no ranking das seleções e 1ª no raking das melhores arábias do Grupo A. No entanto, com o goleirão El Hadary debaixo das traves com plenos 45 anos de idade, o Egito chega forte na disputa com sua parceira Arábia Saudita pela posição de time mais vazado da Copa do Mundo 2018.

Egipcios se inspirando na ginga brasileira para mandar bem na Copa

Tal qual a chegada de Seth, Rá e Osiris na Terra, a chegada da seleção egipcia nas Copas do Mundo só acontece em condições muito específicas de alinhamento planetário, ocorrência de eclipses vermelhos e posição do cometa Halley no sistema solar. Das duas vezes que nos agraciaram com sua presença (1934 na Itália e 1990 na Itália), os africanos provaram que se não conseguem passar da primeira fase, ao menos não abrem mão de uma boa pizza.

"Ai meu Alláh... Salah é nosso melhor jogador nessa Copa?"

Mas nem tudo é desesperança para nossos ensolarados amigos. Junto com Mohamed Salah, atacante do Liverpool e líder do esquadrão egipcio, Cleópatra nutre o sonho de ver sua equipe conseguir a façanha que nenhuma outra jamais conseguiu em toda a história de seu milenar povo: uma vitória na Copa do Mundo.

Vai saber, dado o nível do grupo tudo é possível. 

República Oriental do Uruguai


Classificada na parelha eliminatória sul-americana, 17ª no ranking da FIFA e campeã mundial de futebol pelos idos de mil novecentos e nem seu avô lembra, a seleção uruguaia é a única integrante do Grupo A que não passa vergonha automaticamente por conta de suas habilidades no futebol. Passa vergonha, por outro lado, simplesmente por ser o Uruguai.  

Reação de um espectador médio ao ouvir falar do Uruguai

Tristemente conhecida no mundo como "O Botafogo das Seleções" e "A Argentina Que Não Foi pra Frente", o Uruguai é um time de muitas glorias passadas e muitos perrengues presentes. Marcando presença constante em todas as repescagens sulamericanas, os celestes surpreenderam a todos ao não se esforçar para conseguir a classificação para a Copa do Mundo 2018. Talvez seja esse o prenuncio de que as coisas começaram a mudar do outro lado do Rio da Prata.

Uruguai, em sua gloriosa ultima participação nas Copas

No entanto, o histórico recente depõe contra os simpáticos uruguaios. Em 2014, ao cair em um grupo junto com Itália e Inglaterra, o Uruguai conseguiu a proeza de perder para a Costa Rica, que viria a ser a lider do grupo naquela Copa. Se naquele tempo a Celeste não fez frente a uma seleção fraca em meio ao seu grupo da época, que chances teria agora que seu atual grupo está recheado delas? Isso só o tempo dirá.


E assim encerramos os primeiros comentários de seu Analisador Maroto! Não percam, na semana que vem, as brilhantes análises e os melhore pitacos sobre o...


Grupo B - Portugal, Espanha, Irã e Marrocos

vulgo

Cristiano Ronaldo vai finalmente fazer alguma coisa?

Contamos com você lá!